Quando criança, você provavelmente ouviu falar de ecossistema

Quando criança, você provavelmente ouviu falar de ecossistema de inovação, provavelmente sua professora de Ciências disse que nesses ambientes habitavam os seres vivos e quanto mais estável fosse essa complexa “teia”, mais equilibrado seria esse ambiente. Você foi crescendo e soube que além da sua família (humanos), também moravam nesses espaços outros animais e plantas. Com o passar do tempo soube que além dos seres vivos, também habitavam os seres não vivos, tais como: água, terra e areia. Você foi crescendo e entendendo que o ecossistema era complexo e cheio de forças importantes para o seu equilíbrio. Mas como podemos fazer uma analogia com os ecossistemas de inovação? 

O conceito de Ecossistema de Inovação foi proposto por James F. Moore no artigo “Innovation – Predators and Prey: A New Ecology of Competition” publicado na Harvard Business Review em 1993 e também em seu livro “The Death of Competition: Leadership and Strategy in the Age of Business Ecossistemas”, no qual o autor traz informações importantes para entender o que seriam ecossistemas de inovação empresariais; a partir de uma rede de atores (físicos e jurídicos) com o objetivo de criar um ambiente de trocas de conhecimentos para a geração de produtos realmente inovadores. Quais entidades poderiam compor esse ecossistema de inovação?

Os ecossistemas de inovação são compostos por diversas entidades, tais como: Os Fundos de Investimento; os investidores anjos; as aceleradoras, as incubadoras; os coworkings, as fundações de apoio à pesquisa, inovação e empreendedorismo; as grandes empresas de consultoria; os governos; as instituições de Ensino Superior; os diversos movimentos de incentivo ao empreendedorismo; os coletivos de Startups; as próprias Startups; os mentores, os consultores, os curiosos, e tantos outros possíveis atores-chave. Mas qual a ligação desses atores com o Ecossistema de inovação? E mais profundamente qual o sentido desse “equilíbrio” dentro da palavra Ecossistema?

Voltando para a etimologia da palavra a partir do dicionário Priberam da Língua Portuguesa percebemos que Ecossistemas são definidos como “Conjunto das relações de interdependência, reguladas por condições físicas, químicas e biológicas, que os seres vivos estabelecem entre si e também com o meio ambiente em que habitam”. Utilizando, especificamente, a palavra “interdependência” é possível compreender de uma vez por todas o significado dessa palavra, pois senão vejamos, seria possível o desenvolvimento de empresas disruptivas sem atitudes inovadoras por parte das Universidades? Sem projetos inovadores por parte de instituições fundamentais para o empreendedorismo como o SEBRAE e a Endeavor? Sem um projeto de desenvolvimento tecnológico do governo? Sem editais de subvenção econômica? Sem a motivação de entidades como o CJE – Conselho de Jovens Empreendedores, CDL- Clube de Diretores Lojistas, Associações Comerciais e tantas outras? É possível inovar sem o incentivo da esfera pública? 

O Brasil realmente é um celeiro de Startups? Os nossos Ecossistemas de Inovação são capazes de fomentar o empreendedorismo tecnológico? Alcançaremos realmente um destaque internacional? Somos confiáveis? Estamos preocupados com a propriedade intelectual? Temos Patentes? Nossos Softwares são registrados? Nossos empreendedores são ágeis? São bem formados? Estão conformados? Vamos conversando ….

Matheus Felizola

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