Os principais erros das Startups

Na função de pesquisador e consultor, observando o comportamento de empreendedores tecnológicos envolvidos diretamente com a criação de Startups, no princípio dessa imersão no campo, no que costumeiramente chamamos de fase exploratória, foi possível perceber que as queixas dos empreendedores estavam muito direcionadas na falta de equipe focada no projeto e verba insuficiente para desenvolver pesquisas. 

No natural processo de amadurecimento das pesquisas, naquilo que chamamos de fase descritiva, foi possível perceber outros empecilhos que de alguma maneira são fundamentais para o insucesso das Startups, tais como: falta de dedicação full time dos parceiros, falta de contratos com responsabilidades definidas, ausência de perfil ou de suporte de marketing e vendas, definição equivocada das soluções apresentadas, além da evidente apatia do ecossistema de inovação de Sergipe. 

No geral as dezenas de lideranças entrevistadas relataram a dificuldade de formar equipes de trabalho, devido à ausência de qualidade de alguns profissionais, a grande dificuldade de conseguir crédito (de qualquer linha ou projeto), a falta de incentivo governamental e a falta de tempo para operacionalizar o projeto. Adentrando ainda mais nesse universo, observo um perfil de jovens inteligentes e inquietos, e que necessitam de sucesso imediato para a manutenção da sua motivação. Estudando um pouco mais o mercado, é fácil observar a dificuldade do sucesso de uma Startup com menos de 36 meses, tempo muito longo na visão dos jovens envolvidos. Ao longo dos últimos meses, percebo que esses jovens recebem oportunidades de emprego sedutoras e continuam observando editais públicos de concursos, percebo ainda, que embora sonhem alto, necessitam pagar contas específicas, e acabam aos poucos perdendo o interesse inicial. 

Sou tentado novamente a pensar na necessidade de um ecossistema forte, com incubadoras que possam direcionar os jovens na fase inicial das operações, constato também a ausência das aceleradoras em Sergipe, que poderiam preencher a lacuna daqueles que já tem um MVP, mas ainda não sabem como impulsionar sua operação. Observo ainda que as Universidades são muito tímidas em Sergipe, em relação ao trabalho realizado em outras regiões do país, o empreendedorismo ainda é assunto muito recente e recebe uma dose de preconceito, principalmente, na Universidade Pública. O caminho continua sendo longo, mas acredito que podemos nos desenvolver bastante nesse processo de evolução natural do ecossistema. Vamos conversando …

Matheus Felizola

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