Dificuldades e facilidades encontradas para o desenvolvimento da pesquisa

A experiência de pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2017, foi importante para minha carreira docente e principalmente de pesquisador, pois se configurou em uma rara oportunidade de dialogar com pesquisadores com experiências teóricas e práticas bem diferentes do meu cotidiano, além disso a distância cultural e geográfica entre o nordeste e o sul do Brasil possibilitou um novo olhar sobre os fenômenos da comunicação. O Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da UFRGS e em especial minha supervisora Nilda Aparecida Jacks me acolheram positivamente e auxiliaram no desenvolvimento do trabalho. Além disso, a aproximação com diversas instituições universitárias que trabalham com o tema empreendedorismo e inovação no Rio Grande do Sul serão importantes para os próximos passos do Laboratório de Empreendedorismo e Inovação da Universidade Federal de Sergipe.

            Ao longo do processo de pesquisa de campo, eu tive todo o tipo de dificuldade possível, tais como: Problemas na marcação de entrevistas com lideranças políticas e econômicas das cidades, entrevistas com empreendedores desmarcadas, jovens empreendedores que se negaram a assinar os termos de entrevista e grupos de discussão que não aconteceram devido à falta de público. 

No tocante aos deslocamentos os problemas foram ainda maiores, pois como não tinha carro próprio no Rio Grande do Sul, eu necessitei alugar carros durante três meses na locadora internacional Localiza, isso além de ser oneroso, foi também bastante perigoso, pois as estradas tanto do RS como de SE não estão em boas condições e tive problemas sérios durantes as viagens. Outro problema foram as hospedagens, pois em várias cidades não existiam hotéis ou pousadas, isso dificultou bastante meu trabalho, pois necessitei me deslocar horas de uma cidade para a outra. 

A ausência de sinal de internet 3G ou 4G nas estradas, a alimentação precária em cidades sem restaurante ou lanchonetes, as discretas ameaças sofridas por políticos que interpretaram meu trabalho como uma tentativa de criticar as ações municipais, foram problemas complexos e desgastantes. 

 A experiência foi rica, mas foi muito cansativa e não aconselho que outro bolsista siga o mesmo caminho que o meu, pois passei madrugadas tendo que “correr contra o tempo”, nesse momento que termino o relatório estou teoricamente de “férias” da Universidade Federal de Sergipe e ao mesmo tempo estou trabalhando desde o início do mês de novembro de 2018 para ter tempo de entregar o relatório no prazo exigido pelo CNPQ. Uma crítica que eu faço, é a ausência de um modelo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, isso complica ainda mais a vida do pesquisador. No final, foi tudo muito desgastante tanto psicologicamente como fisicamente.

Matheus Felizola

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